Simbolismo do Pelicano

Simbolismo do Pelicano

28 de novembro de 2019 0 Por Frater Hermanubis

Simbolismo do Pelicano

É um símbolo rosacruciano importante, o pelicano que abre o próprio peito para alimentar os seus filhos é o símbolo do Cristo sacrificando-se pela humanidade, mas, segundo Wittermans, ele representa também o Único revelando-se no septenário.

“ellicane torta, Jesu Domine,
eu immundum munda tuo otimista.
Cuius um Salvum stilla facere
Totum mundum sair ab omni scelere.

Pelicano bom, Senhor Jesus,
purifica-me do impuro com o seu sangue,
a partir do qual uma só gota pode salvar
De todos os crimes o mundo.”

A LENDA DO PELICANO

Conta uma lenda medieval que um pelicano saiu de seu ninho em busca de comida para os seus recém-nascidos filhotes. Não notou que por perto se escondia um predador, só esperando a sua ausência para atacar o ninho.

Mal o pelicano desapareceu no horizonte, o danado atacou os coitadinhos, que ainda não tinham aprendido a voar e nem a se defender.
O predador devorou a todos, só deixando como sobra as pequeninas ossadas com as penas que mal começavam a despontar.

Quando o pelicano voltou ao ninho viu a tragédia que ocorrera. Atirando-se sobre os corpos dos filhos chorou horas e horas, até que suas lágrimas secaram.
Sem mais lágrimas para chorar pelos filhos mortos, começou a bicar o próprio peito, fazendo verter sobre o corpo dos pequeninos o sangue que jorrava dos ferimentos que ele mesmo provocara com aquela mutilação.

No seu desespero não percebeu que as gotas do seu sangue, pouco a pouco iam reconstituindo a vida dos seus filhos mortos. E assim, com o sangue do seu sacrifício e as provas do seu amor, a sua família ressuscitara.

SÍMBOLO DE AMOR E SACRIFÍCIO

Provavelmente foi a partir dessa lenda que o pelicano se tornou um símbolo de amor e sacrifício. Durante a Idade Média eram vários os contos e tradições em que esse pássaro aparecia como representação da piedade, do sacrifício e da dedicação á família e ao grupo ao qual se pertencia. Essa terá sido também, a razão de os cátaros, os rosa-cruzes, os alquimistas e outros grupos de orientação mística o terem adotado em suas simbologias.

Para os alquimistas o pelicano era um símbolo da regeneração. Alguns operadores alquímicos chegaram inclusive a fabricar seus atanores ― vasos em que concentravam a matéria prima da Obra ― com capitéis que imitavam um pelicano com suas asas abertas. Tratava-se de captar, pela imitação iconográfica, a mesma mágica operatória que a ave possuía, ou seja, aquela capaz de regenerar, com seu próprio sangue, os filhotes mortos.

Os rosa-cruzes em sua origem, em sua maioria eram alquimistas. Daí o fato de terem adotado o pelicano como símbolo da capacidade de regeneração química da matéria não é estranho. Mas é compreensível também que em suas imaginosas alegorias eles tenham associado essa simbologia com aquela referente ao sacrifício de Cristo, cujo sangue derramado sobre a cruz era tido como instrumento de regeneração dos espíritos, medida essa, necessária para a salvação da humanidade.

Daí o simbolismo do pelicano tornar-se também um símbolo cristão, representativo das virtudes retificadoras do cristianismo, da mesma forma que a rosa mística e a fênix que renasce das cinzas.

Conhecendo a Arte Real, João Anatalino, Madras, São Paulo, 2007

Um pelicano alimentando sete pequenos do seu sangue figura no 18º grau, Cavaleiro Rosacruz do Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA.

 

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