Mitos e Ritos de Iniciação nos Contos de Fadas

Mitos e Ritos de Iniciação nos Contos de Fadas

23 de dezembro de 2019 0 Por Frater Hermanubis

Mitos e Ritos de Iniciação nos Contos de Fadas

Autor: Noemi Paz
Editora: Cultrix/Pensamento
Edição: 1992
Páginas: 123
Título original: El Cuento de Hadas – Mitos y Ritos de Iniciación
Tradução: Maria Stela Gonçalves
Prefácio: Eduardo A. Azcuy

“Era uma vez…”

Este é o começo atemporal de todos os contos de fadas. Aquelas histórias que os pais contam para seus filhos, principalmente

na hora de dormir. Umas são fofinhas, outras fazem rir e muitas dão até certo medo. Mas o que poucos sabem é que estas histórias são baseadas em um conhecimento oral que perdura a séculos e geralmente trazem uma simbologia profunda e de muita significância que ao ser decifrada transcende nossa noção do entendimento.

O Pequeno Polegar

O Pequeno Polegar roubando as botas de sete léguas do ogro.

Portas que se fecham ao serem transpostas, montanhas, anciões, descer até as profundezas, o sono profundo. Tenho certeza de que todos que já leram ou ouviram um conto de fadas já se depararam com alguns destes “clichés” (ou com todos). E não foi por acaso, tratam-se de arquétipos que fazem parte dos mistérios iniciáticos presentes na Jornada do Herói na busca pelo seu objetivo. Que não por acaso, na maioria das vezes consiste em salvar a princesa e efetuar o matrimônio.

Pois é lendo Mitos e Ritos de Iniciação nos Contos de Fadas que percebemos que nada é por acaso, ou mera falta de criatividade. Tudo tem um porquê. O mito é a expressão de um conhecimento primordial, e ele aparece nestas narrativas como forma de explicar por meio de ações e características de personagens a origem das coisas.

Mitos e Ritos de IniciaçãoO livro é divido em duas partes. Na primeira parte é apresentada a contextualização das origens dos contos maravilhosos – que foi ao que deu origem aos contos de fadas- , desde seus primeiros registros sumérios em argila datados de quatro mil anos, até a transição para os contos de fadas atuais. Há também informações sobre a função dos mitos e os temas arquetípicos, além de apresentação dos modelos de iniciação na literatura.

Na segunda parte Noemi trata objetivamente dos contos de fadas desde sua classificação com base nos locais onde nasceram, bem como a estruturação que estudiosos fizeram dos contos. Estes estudos chegaram ao ponto de classificar “leis épicas” dos contos e os papéis dos personagens, que são 31. Ainda são feitas análises de contos com base nos temas e personagens dos mesmos. Histórias da Mamãe Gansa e o trabalho dos irmãos Grimm são citados em diversos momentos.

As histórias selecionadas pela autora para análise são: O Pequeno Polegar, O Príncipe-Caranguejo, O Corvo e A Bela Adormecida do Bosque. Contudo, a autora utiliza um linguajar simples na hora de analisar trechos das histórias, o que permite que qualquer pessoa tire proveito das explicações apresentadas.

Para fechar com chave de ouro o livro trás um apêndice que inclui todas as histórias citadas. O legal é que isso permite que nós mesmos leiamos com cuidado cada obra e reflitamos sobre os aspectos simbólicos de cada obra.

Uma coisa eu garanto. Após ler este livro, os contos de fadas nunca mais serão os mesmos!

 

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