A antibiblioteca de Umberto Eco
18 de março de 2023O escritor Nassim Nicholas Taleb, escreveu em seu livro A lógica do cisne negro:
“Umberto Eco pertence a um pequeno grupo de acadêmicos que são enciclopédicos, inteligentes e interessantes. Ele é dono de uma biblioteca pessoal enorme (contendo 30 mil livros) e separa os visitantes em duas categorias: aqueles que reagem dizendo, ‘uau! Signore professore dottore Eco, que biblioteca você tem! Quantos desses livros você já leu?’ e aqueles – uma pequena minoria – que entendem que uma biblioteca particular não serve para inflar o ego, mas é uma ferramenta de pesquisa. Os livros já lidos são muito menos valiosos que os não lidos. A biblioteca deveria conter o máximo do que você não conhece conforme seus recursos financeiros, taxas de hipoteca e o atualmente inflexível mercado imobiliário permitem. Você vai acumular mais conhecimento e mais livros conforme envelhece e o crescente número de livros não lidos nas prateleiras olharão para você ameaçadoramente. Na verdade, quanto mais você sabe, maiores são as fileiras de livros não lidos. Vamos chamar essa coleção de livros não lidos de ‘anti-biblioteca’.”
“Uma antibiblioteca é um lembrete poderoso de suas limitações – a vasta quantidade de coisas que você não sabe, sabe pela metade, ou que um dia perceberá que estava errado.
Ao conviver diariamente com esse lembrete, você pode levar a si mesmo em direção ao tipo de humildade intelectual que aprimora as tomadas de decisões e conduz o aprendizado.”