As Bruxas de Salém
24 de outubro de 2022O julgamento das Bruxas de Salem, é um dos casos mais notórios de histeria em massa na América Colonial. Tem sido usado na retórica política e na literatura popular como um vívido conto de cautela sobre os perigos do isolacionismo, extremismo religioso, falsas acusações e lapsos no devido processo.
Em fevereiro de 1692, durante um inverno excepcionalmente frio, Betty Parris, filha de 9 anos do ministro religioso de Salém, pegou uma doença estranha. Contorcia-se de dor, gritava, sofria de febre e reclamava para o
médico do vilarejo que parecia estar sendo picada. Hoje, a ciência tenta explicar a doença como combinação
de asma, abuso infantil e epilepsia. Outra tese: a garota teria ingerido um fungo presente no pão. Mas,
na época ninguém sabia o que era.
Outras seis garotas, incluindo uma prima de Betty, também desenvolveram os sintomas. Elas se contorciam em poses grotescas e diziam sentir mordidas e beliscadas no corpo. O médico William Griggs sugeriu que a origem do problema seria sobrenatural. A família ficou obcecada com a hipótese.
Naquela época, um livro fazia muito sucesso. Escrito por Cotton Mather, Memoráveis Providências descrevia o caso de uma lavadeira de Boston suspeita de bruxaria. E o comportamento de uma vítima da suposta bruxa parecia
o de Betty. Foi o que faltava para o início de uma onde de pânico.
A primeira suspeita foi a escrava Tituba (não se sabe ao certo se era de origem africana ou da América Central), que contava lendas de bruxas e vodus do folclore de seu país para as meninas. As crianças acusaram outras mulheres como autoras do “feitiço”. Para tentar escapar da forca, Tituba confessou ser bruxa e vocar com várias companheiras de feitiçaria.
Outras acusadas seguiram o exemplo de Tituba e passaram a confessar que estavam atormentando as meninas a mando do diabo. O governador William Phips criou uma corte para julgar os casos de bruxaria, formado por cinco juízes.
Os réus não tinham direito de ter testemunhas a seu favor.
A primeira julgada foi Bridget Bishop. Com poucos amigos e cheia de conflitos com os vizinhos, era a acusada perfeita. Além de ter sido delatada por “bruxas” confessas, uma testemunha disse ter visto Bridget roubando ovos e se transformando em um gato. A pena foi morta por enforcamento.
Mais de 150 suspeitos foram presos. Houve 20 execuções – incluindo um homem esmagado por pedras. Dois cachorros também foram condenados à morte, acusados de serem cúmplices das bruxas de Salém. Até uma menininha de 4 anos
, Sarah Good, foi acusada pelas crianças. A pequena passou oito meses na cadeia.
George Burroughs, um ministro da igreja, foi enforcado como líder das bruxas e por enfeitiçar soldados em uma campanha fracassada contra os índios. Historiadores afirmam que os juízes se empenharam no julgamento para transferir a “culpa por sua própria defesa inadequada da fronteira”, já que eles lideraram a guerra malsucedida.
Muitos dos casos se resumiam a isso: vendetas pessoais que, agravadas por uma certa carga de fantasia, geravam acusações de “obra do Diabo”.
Os últimos julgamentos ocorreram em abril de 1693. A maioria das condenações foi revista entre o final do século 17 e o início do século 18. Hoje, o caso é considerado um exemplo de histeria coletiva.
O memorial
O Proctor’s Ledge Memorial é um memorial dedicado às 19 pessoas que foram enforcadas durante os julgamentos das bruxas de Salém em Salém, Massachusetts. O memorial fica na base do Proctor’s Ledge, que é o local onde as execuções ocorreram durante os julgamentos.
O memorial consiste em uma parede de granito semicircular com 19 pedras gravadas com os nomes e datas de execução das dezenove vítimas. Um pequeno carvalho, que simboliza resistência e dignidade, marca o centro do memorial.
As vítimas homenageadas no memorial são:
Bridget Bishop
Sarah Good
Elizabeth Howe
Susannah Martin
Rebecca Nurse
Sarah Wildes
George Burroughs
Martha Carrier
John Willard
George Jacobs, Sr,
John Proctor
Alice Parker
Mary Parker
Ann Pudeator
Wilmot Redd
Margaret Scott
Samuel Wardwell
Martha Corey
Mary Easty
Fontes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bruxas_de_Salém
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foram-e-como-morreram-as-bruxas-de-salem/